O início dos anos de 1970 marcam o recrudescimento das ditaduras no contexto brasileiro e do levante de movimentos de resistência no contexto português. Atravessadas por ditaduras, Brasil e Portugal compartilhavam ao transcorrer da década de 1970 semelhanças quanto ao exercício da censura nos meios de produção midiáticas. Dessa forma, é objetivo desta pesquisa analisar as produções jornalísticas em periódicos de grande circulação no Brasil e em Portugal tendo em vista a presença e a orientação dada às reportagens acerca do racismo e da discriminação racial contra negros e outros povos. Para tanto, foram analisados os jornais A Folha de São Carlos (Brasil), O Comércio do Porto (Portugal), O Tripeiro (Portugal) e O Século Ilustrado durante os anos de 1971 e 1972. A análise dos períodos seguiu a metodologia de análise histórico-jornalística apresentada por Tânia (1992), Werneck Sodré e Jorge Pedro Sousa. Os resultados iniciais apontam para a existência de uma censura estatal às produções que trouxessem à tona problemas raciais no Brasil ou em Portugal. No caso português, houve um fator adicional relacionado com o aspecto anticolonial da crítica ao racismo, elemento este presente na tradição anterior ao Estado-Novo Português.
Comissão Organizadora
EDITORA PHILLOS ACADEMY
Comissão Científica